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Paulo Cesar Januaria - in Gato Vadio

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sábado, 18 de junho de 2011

Aldeias remotas de Paraty confiam na educação para manter suas raízes

Aday López.

Paraty (Brasil), 18 jun (EFE).- Os caiçaras, comunidades que vivem em aldeias remotas no litoral do sul e sudeste do Brasil, poderão preservar seus costumes ancestrais graças à implantação de escolas para evitar que os jovens emigrem às cidades para continuar seus estudos e percam suas tradições.

Para conservar suas raízes, que remontam à época colonial, começou no mês passado um projeto chamado Azul Marinho que beneficia 180 adolescentes e adultos de comunidades caiçaras que não conseguiram completar sua educação básica e agora desejam retomar seus estudos.

"Parei de estudar há anos porque não tinha condições, mas agora apareceu esta oportunidade em minha porta", relata Eda Maria Fernandes, uma avó amante da leitura que com 65 anos divide a sala de aula com duas filhas e duas netas na aldeia de Pouso da Cajaíba, onde só se chega em navios que partem da cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro.

A aldeia de 225 habitantes, rodeada por uma floresta de exuberante vegetação, faz parte de um conjunto de seis comunidades caiçaras nas quais a pesca e o cultivo de mandioca são as principais atividades econômicas.

As outras cinco aldeias são Calhaus, Ponta da Joatinga, Saco Claro, Praia do Sono e Ponta Negra, também localizadas na região de Paraty.

Com grande entusiasmo, 23 alunos de Pouso da Cajaíba, entre 13 e 65 anos, assistem todos os dias às aulas de português e ciências dadas pelo professor Thiago Ferraz, um jovem de 25 anos, formado em Geografia, que deixou sua cômoda vida na cidade para viver em uma aldeia isolada, sem acesso à eletricidade.

"As pessoas me perguntam se estou louco, mas isto é um desafio para os estudantes e para mim", contou Ferraz, na cabana na qual vive, onde sua única iluminação ao anoitecer é uma lâmpada de gás.

O projeto escolar Azul Marinho - chamado assim em homenagem a um prato típico dos caiçaras feito com robalo - é desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho e a Prefeitura de Paraty para proporcionar formação escolar a estas comunidades durante 18 meses.

A iniciativa emprega a metodologia do Telecurso, criado para atender pela televisão o público que não pode estudar em horários regulares e que agora foi adaptado para salas de aula presenciais. No entanto, a dependência econômica que Pouso da Cajaíba tem da pesca impede os alunos de assistirem as aulas com regularidade.

Na aldeia de Ponta Negra, onde quase metade de seus 170 habitantes são menores de 20 anos, o Azul Marinho é a única ferramenta para evitar que os adolescentes abandonem sua terra atrás de melhores condições de estudos.

Edimara, a professora da aldeia, encarou com esperança o desafio de formar seus 11 alunos, cujas idades variam entre 16 e 27 anos, com uma "metodologia moderna" adaptada à realidade da comunidade.

Com o auxílio de um vídeo formativo que pode ser visto graças a um pequeno gerador elétrico e que atrai a curiosidade de uma aldeia onde não existe televisão, os estudantes desenvolvem suas atividades com o apoio de material didático e livros de leitura.

"Vou todos os dias de casa em casa para convidar mais estudantes às salas de aula, mas é complicado introduzir o hábito de freqüentar as aulas diariamente", lamentou a professora.

Domingo José Costa, um caiçara de 71 anos que agora se dedica a torrar farinha no calor da lenha, confessou que gostaria de freqüentar o colégio porque não teve essa oportunidade quando jovem.

"Eu sou analfabeto, mas sei que a leitura é muito importante, porque quem não sabe ler está totalmente perdido quando chega à cidade", reconheceu a um grupo de jornalistas que visitou a aldeia esta semana.

Com o projeto Azul Marinho, os caiçaras não só se agarram com força à educação para manter intactas suas raízes, mas lutam para continuar com um estilo de vida arcaico que renuncia às comodidades e aos avanços tecnológicos do século XXI. EFE

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