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Nesse nosso pais tudo que vem em prol da massa sofre preconceito tanto do lado pobre quanto do lado da elite..Infelizmente vivendo em um pais que ser padeiro virou sinônimo de queimar rosca e Silvio Santos vende sonhos sem ter nunca possuído uma padaria

Paulo Cesar Januaria - in Gato Vadio

Sifudeu otário, mexe com o gordinho kkk

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Perigo da Leitura Excessiva

Arthur Schopenhauer Arthur Schopenhauer Alemanha 1788 // 1860 Filósofo
O Perigo da Leitura Excessiva Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: repetimos apenas o seu processo mental. Ocorre algo semelhante quando o estudante que está a aprender a escrever refaz com a pena as linhas traçadas a lápis pelo professor. Sendo assim, na leitura, o trabalho de pensar é-nos subtraído em grande parte. Isso explica o sensível alívio que experimentamos quando deixamos de nos ocupar com os nossos pensamentos para passar à leitura. Porém, enquanto lemos, a nossa cabeça, na realidade, não passa de uma arena dos pensamentos alheios. E quando estes se vão, o que resta? Essa é a razão pela qual quem lê muito e durante quase o dia inteiro, mas repousa nos intervalos, passando o tempo sem pensar, pouco a pouco perde a capacidade de pensar por si mesmo - como alguém que sempre cavalga e acaba por desaprender a caminhar. Tal é a situação de muitos eruditos: à força de ler, estupidificaram-se. Pois ler constantemente, retomando a leitura a cada instante livre, paralisa o espírito mais do que o trabalho manual contínuo, visto que, na execução deste último, é possível entregar-se aos seus próprios pensamentos. No entanto, como uma mola que, pela pressão constante acarretada por meio de um corpo estranho, acaba por perder a sua elasticidade, também o espírito perde a sua devido à imposição contínua de pensamentos alheios. E, do mesmo modo como uma alimentação excessiva causa indigestão e, consequentemente, prejudica o corpo inteiro, pode-se também sobrecarregar e sufocar o espírito com uma alimentação mental excessiva.
Pois, quanto mais se lê, menos vestígios deixa no espírito aquilo que se leu: a mente transforma-se em algo semelhante a uma lousa, à qual encontram-se escritas muitas palavras, umas sobre as outras. Por isso, não se chega à ruminação (ou melhor, o afluxo intenso e contínuo do conteúdo de novas leituras serve apenas para acelerar o esquecimento do que se leu anteriormente): entretanto, apenas esta permite assimilar o que foi lido, do mesmo modo como os alimentos nos nutrem não porque os comemos, mas porque os digerimos. Se, ao contrário, lê-se continuadamente, sem mais tarde pensar a respeito do que se leu, o conteúdo da leitura não cria raízes e, na maioria das vezes, perde-se. Em geral, o processamento da alimentação mental não difere daquele da alimentação corporal: apenas a cinquentésima parte do que se consome chega a ser assimilada; o restante é eliminado por meio da evaporação, da respiração ou similares.
A tudo isso soma-se o facto de que os pensamentos transportados para o papel não são nada além de uma pegada na areia: pode-se até ver o caminho percorrido; no entanto, para saber o que tal pessoa viu ao caminhar, é preciso usar os próprios olhos.

Arthur Schopenhauer, in 'Da Leitura e dos Livros'

3 comentários:

  1. Incrível isto!

    É importante ler e trabalhar o aprendizado. Uma coisa que me fez crescer um pouco com o aprendizado, foi quando eu descobri que fazer resenhas isentiva a mente a pensar e as mãos a escrever.

    bacana.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Tem muita gente que adoraria ler este texto só para embasar a tese de que ler faz mal, que não adianta nada para nosso intelecto. Apesar da referencia a este grande filósofo, é completamente descabida a ideia de quem ler deixa de pensar. O que é pensar? Como você, eu e todas as pessoas pensam? O dia em que alguém deixar de pensar ou adquiriu uma doença mental grave ainda não descoberta, ou morreu. Então, que maravilha que paramos para ler este texto, pensar sobre ele enquanto lemos e depois e dizer que ele é totalmente inadequado ao pensamento de nosso século.
    Muito bom vc ter trazido este assunto a tona.

    Soraya

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Miauuuuu!!!